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O Gasoduto Rota 3 e o novo futuro energético do Brasil

O Gasoduto Rota 3 conecta o pré-sal ao Complexo de Itaboraí e marca um avanço histórico no setor energético do Brasil. Entenda como essa obra de 355 km transforma o futuro do gás natural e impulsiona a transição energética nacional.

Em 2024, o Brasil inaugurou uma das obras mais relevantes do setor energético nacional: o Gasoduto Rota 3, uma infraestrutura de 355 km que conecta diretamente os campos do pré-sal da Bacia de Santos ao Complexo de Gás Natural de Itaboraí (Gaslub).

Desse total, 307 km estão instalados no fundo do mar e outros 48 km percorrem o trecho terrestre até a Unidade de Processamento de Gás Natural. Com investimento superior a R$ 12 bilhões, o Rota 3 já escoa até 18 milhões de m³ de gás por dia, ampliando significativamente a oferta de gás natural no país.


Por que o Rota 3 é um marco para o setor?

Apesar do enorme potencial do pré-sal, o Brasil historicamente não possuía infraestrutura suficiente para escoar e processar todo o gás associado à produção de petróleo.

Com o Rota 3, essa limitação começa a ser superada. Entre os principais avanços estão:

  • Redução do desperdício de gás no pré-sal;
  • Maior oferta de gás natural para a matriz elétrica e industrial;
  • Diminuição da dependência de GNL importado;
  • Estabilidade no fornecimento para termelétricas;
  • Redução de custos para empresas e consumidores.

O impacto é direto na ampliação da capacidade nacional de processamento, que passa de 23 milhões para 44 milhões de m³/dia com a operação completa da UPGN de Itaboraí — a maior do país.


Estrutura técnica do gasoduto

Trecho submarino – 307 km

  • Dutos de 24 polegadas;
  • Pressão interna que pode alcançar 250 kgf/cm²;
  • Instalação em profundidades elevadas, com restrições operacionais severas.

Trecho terrestre – 48 km

  • Passa por regiões urbanas, áreas ambientais sensíveis e zonas turísticas;
  • Exige técnicas específicas para minimizar impacto, especialmente na transição entre praia e terra.

Tecnologia aplicada: o papel do HDD

Uma das razões para o sucesso do Rota 3 foi o uso do método não destrutivo HDD (Horizontal Directional Drilling), que permite instalar dutos subterrâneos sem a necessidade de valas abertas.

Esse método foi essencial em pontos críticos, como:

  • Travessia do Rio Caceribu;
  • Transição entre o trecho submarino e a praia de Jaconé;
  • Áreas com presença de beachrocks protegidos;
  • Regiões urbanas onde escavações tradicionais seriam inviáveis.

O HDD permite “navegar” por interferências naturais e construídas, reduz impactos ambientais e sociais e garante segurança operacional.


Integração com outras obras de dutos

O Complexo de Energias Boaventura (CEB) concentra diversas estruturas complementares ao Rota 3, como:

  • Emissário de efluentes de 32 polegadas (45 km);
  • Adutora ADERJ de 26 polegadas (50 km);
  • Duto de GLP de 10 polegadas (50 km);
  • Gasoduto GASERJ de 16 polegadas (11 km);
  • Gasig de 24 polegadas, integrando o CEB a Guapimirim.

Essa rede garante uma cadeia completa de transporte, tratamento e distribuição de gás natural para o Sudeste.


Por que o Rota 3 redefine o futuro energético do Brasil

O novo gasoduto:

  • Aumenta a segurança energética;
  • Impulsiona a competitividade da indústria nacional;
  • Reduz custos de energia elétrica;
  • Viabiliza novos projetos de fertilizantes;
  • Abre portas para produção de hidrogênio de baixo carbono;
  • Fortalece o papel do gás natural na transição energética brasileira.

Além disso, já existem estudos para o Rota 4, ampliando ainda mais a capacidade de escoamento do pré-sal.


Um marco de engenharia e visão estratégica

O Gasoduto Rota 3 é um exemplo de como grandes obras estruturantes moldam o desenvolvimento do país. Representa:

  • Planejamento técnico robusto;
  • Aplicação de tecnologias avançadas;
  • Superação de desafios geológicos e ambientais;
  • Eficiência na execução;
  • Benefícios diretos para a economia e para a segurança energética nacional.

Com ele, o Brasil passa a aproveitar melhor o potencial do pré-sal, transformando o gás natural em um dos pilares da transição energética e do crescimento industrial.